terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

PROGRAMA EMITIDO A 21-02-08

As palavras que aqui vos deixo, como o Luís lhe chama, é uma espécie de canal da minha alma para vocês, ou do que se passa pela minha alma e que quero partilhar convosco, como se fosse uma espécie de grito no cimo da montanha… Um grito tantas vezes de esperança, tantas outras de desespero, e grande parte das vezes de impotência… O mundo pouco ou nada mudou nestas semanas que não escrevi e não falei convosco, e os nossos animais continuam a ser maltratados, esquecidos, mutilados, a cada esquina, em cada distrito, em cada casa… e nós, nós pouco fizemos perante tamanho desespero… ou se fizemos muito foi absolutamente anulado, pelas proporções gigantescas que este flagelo atinge a cada minuto… Mas foram poucos os homens que ousaram remar contra a corrente, mas foram eles que mudaram o mundo, por isso, numa espécie de causa impossível, cá vamos continuando, a correr, a chorar, a pedir… já não sei bem o quê!Hoje vou-vos falar de uma cadela especial… Veio o ano passado entre muitos outros animais adultos do canil, triste, magra, com o desapontamento de ser largado no canil nos olhos… Viu morrer os seus bebés, e deve ter sido por ter engravidado que foi despejada no canil… Depressa nos cativou pela sua doçura, pela seu frágil corpinho… Não era um cão fácil de dar, era adulta, magra e em muito mau estado, e tinha aquele tamanho que as pessoas já acham grande por um lado, e não suficientemente grande por outro… era a chamada média… O aspecto físico não era atraente, não tinha raça, e já não era fofinha de cachorra… Foi a uma, duas, três campanhas, e no fim do dia, voltava para o canil… Para nosso desespero e dela… Nunca resistiu a entrar na carrinha, nunca esteve de mau humor, nunca deixou de cooperar nas fotos que tirávamos para fazer mais e mais anúncios, e nunca deixou de nos olhar com esperança! Esperança de ser naquela campanha, que ia finalmente encontrar o que tanto procurava… uma família, um carinho, uma casinha… Para ela, o nunca não existiu uma única vez, a partir do momento que nos conheceu, e embora cada um de nós temesse pela sua vida, ela nunca deixou de acreditar que um dia, ia ser a ela que uma família ia escolher e levar para casa! È difícil esta tarefa que temos… Trazer os animais sem esperança para uma campanha, dar comida, carinho, passar o dia a tentar passar para as pessoas que eles sentem, sofrem e amam… que tal como os cachorros são lindos, e podem ser uns amigos espectaculares! Mas o difícil, o difícil é acabar o dia e olhar para aqueles focinhos, já com esperança, já alegres, e um a um, voltar a mete-los na carrinha que os leva de volta à prisão, na qual estão sem que tenham cometido um único crime, sem que tenham feito absolutamente nada para merecerem semelhante castigo, sem que tenham desapontado os donos que lá os meteram, e por vezes, sem que tenham sentido o que é carinho, conforto ou segurança… Ao faze-lo sinto cá dentro que estou a trai as suas esperanças, e que os devolvo ao que pensaram jamais voltar… Pois numa das campanhas, chegou uma família, todos de olhos claros como o céu, que não ficaram presos pelos cachorrinhos, nem pelos de raça, e sem temer o cheiro ou o aspecto da Íris, deixaram as suas filhas abraçarem a Íris, e ficaram os 4 de volta dela… e ela soube naquele momento, que a vez dela tinha finalmente chegado! E para nossa alegria a Íris foi adoptada, e tornou-se a terceira filha desta família… Apareceu um mês depois, linda, gorda, feliz de rabo no ar, com as suas duas meninas, mãe e pai… Foi-nos visitar vezes e vezes, lambia as nossas mãos grata por tanta alegria, e nos olhos dela a tranquilidade e amor tomaram cor… E assim podia dizer agora, que a Íris viveu feliz para sempre. Mas a vida não me deixa dizer isso, porque neste natal a Íris adoeceu, e embora tudo fosse feito, nada resultou, e ela pediu para que a deixassem ir… E no dia 23 de Dezembro… foi embora… Não sei para onde, nem sei se para melhor, não sei como, não sei nada… só sei que ela soube e sentiu o que é ser amada, e foi uma das adopções que mais tranquilidade e esperança nos trouxe ao que fazemos … A vida é algo que eu nunca vou compreender! Sinto que já vivi duas vidas, por tanta coisa já ter feito, por tantas coisas ter presenciado, por tantos mundos ter visitado… mas mesmo assim, nunca vou conseguir entender o porquê desta organização das coisas, o porquê de uns terem tanto e outros nada, o porquê de serem os mais inocentes a sofrerem o pior, do porquê da humanidade ser tão cruel, egoísta, egocêntrica e estúpida… Mas a Íris entendeu sempre tudo melhor que eu, e mesmo no fim soube transmitir com o olhar a gratidão e amor que sentia pela família, pela vida, por todos…Eu não soube o que dizer á mãe, nem ao pai, nem as pequenitas, não soube sequer dizer o que sinto, o que pensei, o que chorei… só sei que não é justo, e sei que ainda não sei nada…Da Íris vou guardar as suas entradas no pelo Alvito, pela mão das suas queridas meninas, pela mão dos pais orgulhosos, e do carinho que sempre espalhou por todos, pelos tratadores do canil, pelos voluntários do SOSAnimal, pelas pessoas que passavam por ela, e não conseguiam entender o que é não ter nada e sentir tudo…A Tania é que a baptizou de Íris, não sei porquê, mas quero acreditar que foi pelo facto de ela ser um Arco-Íris de tolerância, carinho e ternura…Cada vez que vir um arco-íris vou pensar em ti, Íris, e em todos os animais que sonham como tu… Somewhere over the Rainbow...

Sandra Cardoso

Lisboa, 14 de Fevereiro de 2008

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Palavras para quê? Foi a história de mais um animal fantástico, com uma história de vida também ela fantástica por si só, pelos seus pontos negativos, pelos seus pontos positivos, e um texto maravilhosamente escrito e dito pela Sandra, como sempre. Uma história de vida preenchidíssima que de repente acaba.

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UM CÃO, UMA CASA

O SOSAnimal na RDS está de volta para de novo falarmos pelos nossos pequenos amigos, de quatro patas, ou de duas, de três, enfim, de todos aqueles que têm patas e mesmo pelos que as não têm.

Passando ao que realmente interessa, vamos falar duma campanha realmente fantástica que está na rua e que pretende, também ela, ajudar os pequenos animais.

A Pedigree em parceria com a Liga Protectora dos Direitos dos Animais, o SOSAnimal, com várias outras Associações, etc., criou esta campanha que é “Um cão, uma casa”.

Esta campanha está a passar nas televisões e nos placards publicitários pelo País fora. Com esta campanha a Pedigree, o SOSAnimal e a LPDA querem alertar para a necessidade gritante que existe no nosso País de adoptar um cão em vez de o comprar, porque continua-se a comprar muitos cães e a adoptar menos e tê-lo para sempre porque uma casa precisa de um cão tal como um cão precisa de uma casa.

Portanto, quem quiser aderir a esta campanha, a Pedigree criou um site Petnet.pt onde estão disponíveis todos os animais para adopção, espalhados pelas Associações e Canis deste país fora. São realmente muitos, por isso dê uma vista de olhos a Petnet.pt e também ao site do SOSAnimal.

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NINA E TUXA

A Nina e a Tuxa são duas cadelinhas que chegaram ao SOSAnimal em muito mau estado.

A Nina tinha o pescoço cortado de um lado ao outro, não se percebeu muito bem o que é que teria causado aquilo, parecia um corte humano mas pode ser outra coisa, não vamos estar aqui a especular, e estava grávida, embora os cachorrinhos estivessem mortos, mas ainda estavam dentro dela, tinha o útero muito danificado e precisava de uma cirurgia de urgência. Como sabem, estas coisas são sempre muito caras e muito difíceis de fazer, internámos a Nina, já foi esterilizada, já está bem em casa e de saúde, já foi cozida e agora precisamos de pagar a conta.

No mesmo dia que chegou a Nina, chegou a Tuxa, uma cadelita pequeninita, com uma hérnia mas já muito avançada e muito grande. Já foi operada, já está bem, está toda contente. É uma mimocas que não vos passa pela cabeça, como agora conheceu o carinho e o conforto, só quer atenção e colinho e se não lhe damos colinho começa logo a chorar, é mesmo uma mimocas do “pior”, muito pequenina mesmo, vai ser entregue esterilizada, estamos apenas à espera que recupere de saúde para ser esterilizada, portanto o cão ideal para estar em casa.

Estas duas cadelinhas, portanto, já estão bem, agora precisamos é da sua ajuda para pagar as contas pois, como se sabe, estas coisas são sempre muito caras e temos à volta de 400 Euros para pagar. Já conseguimos cento e vinte e poucos Euros por isso, quem puder e quiser dar uma ajuda, nem que seja um Euro a cada um e despachamos esta conta.
Pode ajudar e seria muito bem-vinda essa sua ajuda, mesmo que fosse com 1 Euro, não tenha vergonha, porque pelo contrário, vamos ficar muito gratos, por esse gesto. Pode fazer o seu donativo para o SOSAnimal.

Como ajudar: Pode ajudar enviando cheque à ordem de:

Grupo de Socorro Animal de Portugal

Com o valor que puder dar, para a seguinte morada:

SOSAnimal - Ao cuidado de Ligia Santos

Apartado 8105

1802-001 Lisboa

Se preferir, ou não tiver cheques, também poderá fazer transferência bancária para o NIB do grupo SOSAnimal:

NIB: 0035 0202 00035876230 91 da Caixa Geral de Depósitos, em nome de Grupo de Socorro Animal de Portugal

Se fizer transferência Bancária, envie-nos os dados da transferência para que possamos alterar a informação que está no site.

Para Adopção da Nina ou da Tuxa:

Sandra.cardoso@sosanimal.com ou

Elsa - Tel: 96 782 01 64

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CAMPANHAS DE ADOPÇÃO NO SEIXAL

Os Amigos dos Animais do Canil do Seixal vão promover mais uma campanha no Canil do Seixal, junto à estrada da Arrentela.

Dia 23 de Fevereiro, entre as 10 horas e as 17 horas

Av. da República, nº 175

Arrentela – Seixal

Tel.: 210 976 200

É só dirigir-se ao Canil do Seixal, com boa vontade, condições para adoptar um animal e mentalização para o que é que vai levar e o que é que vai fazer, e adoptar um amiguinho. Este Canil está cheio de animais como referimos a semana passada, por isso é uma mais-valia.

Se não puder adoptar um animal, eles também precisam de muitas ajudas, como referimos, em todos os níveis: dinheiro, comida, areia, roupa, camas, casotas, materiais de construção para ajudarem a realizar o projecto de construção que estão a desenvolver, que é o de construção de um Gatil, enfim, tudo o que possa doar a este Canil.

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