quinta-feira, 10 de abril de 2008

PROGRAMA EMITIDO EM 10-04-08 Edição 58

Bem vindo ao SOSAnimal na RDS na sua Edição 58.
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NOTÍCIAS

A Acção Animal vai promover o seu primeiro curso sobre defesa dos animais, a realizar no fim de semana de 19 e 20 de Abril, na Biblioteca Municipal de Sintra. O curso incluirá temas relacionados relacionados tanto com a protecção como com a advocacia dos direitos dos animais, incluindo uma importante actualização sobre qual a legislação existente de protecção dos animais e como é possível um cidadão comum usá-la em prol dos animais e uma sessão sobre como idealizar, preparar e concretizar acções em grupo. As inscrições estão limitadas a 50 participantes e custa 15 euros (7 euros para desempregados, estudantes e reformados; gratuita para sócios da Acção Animal), que incluirá documentação dada no curso e coffee-breaks.

Na certeza que este curso interessará a muitas pessoas e será muito importante para o crescimento qualitativo do movimento de direitos dos animais em Portugal, a inscrição deve ser feita para o e-mail (geral@accaoanimal.com ), referindo nome, telemóvel, localidade, idade, actividade profissional, necessidade de alojamento e qual o interesse no curso.

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Falo-lhe agora da apropriação dos animais por parte da ciência que começou muito cedo.

A natureza curiosa do espírito humano desencadeou desde sempre uma enorme vontade de aprender mais e de fazer novas e grandes descobertas acerca do mundo vivo no qual o homem habita.

Assim, já na Idade Média, aqueles que se intitulavam praticantes de alquimia tomavam como objecto de experimentação animais vivos sem tomarem em consideração os seus interesses.

Os tempos avançam e chegamos à época renascentista, fortemente marcada pela grande alteração na consideração da posição do homem no universo, pela negação dos grandes dogmas religiosos, pela procura de novas respostas para a justificação da nossa existência e uma que não fosse por obra de Deus. Esta busca fez enaltecer ainda mais a curiosidade humana e o campo científico voltou a desenvolver-se.

Descartes, filósofo e matemático, desenvolveu as primeiras experimentações do Renascimento. Uma bem conhecida foi aquela que é pioneira na observação do sistema circulatório de um mamífero: fixou um cão numa tábua em posição vertical e dissecou-o na zona do pescoço até ao abdómen para fazer a observação, isto com o animal vivo e sem ministrar qualquer tipo de substância anestesiante.

Na sua consideração, os animais não eram mais do que meros objectos: a designação que o próprio deu foi que se assemelhavam a relógios e que os gemidos emitidos durante o processo eram, pois, como os das molas do relógio a soltarem-se. Ignorava por completo a senciência do animal.

O que na verdade se descobriu foi que os animais possuem também uma estrutura fisiológica complexa e que, tal como os humanos, devem ter a capacidade de sentir dor e, apesar de muitos continuarem cépticos, alguns contemporâneos de Descartes opuseram-se firmemente a estas práticas.

Hoje em dia, a vivissecção é ainda o principal processo de fazer qualquer tipo de investigação relacionada com a fisiologia humana.

Testam-se os produtos que consumimos: cosméticos e produtos de higiene, produtos alimentares, medicamentos, desinfectantes, etc. Testam-se a nível somático em busca da cura para o cancro, diabetes, o HIV… Testam-se…e os resultados continuam sem aparecer.

Estatísticas indicam que, num século de experimentação animal, os contributos para a medicina garantiram uma melhoria de apenas 3%. Isto tem uma explicação bastante simples e já conhecida dos investigadores: o corpo humano pode ter parecenças a nível estrutural e orgânico, como resultado de evolução convergente com determinadas espécies de mamíferos, mas a nível celular, genético e bioquímico a discrepância é grande e perfeitamente conhecida.

Então, por que continuar, por exemplo, a curar cancro em ratos? A falha na cura das doenças pela medicina tradicional é propositada porque os interesses económicos por detrás da indústria dos fármacos são incalculáveis. Interessa manter as pessoas doentes para que a demanda de medicamentos não cesse e os lucros fluam. Se nos propuséssemos a testar em voluntários humanos, pois temos gente para o fazer, por exemplo no que diz respeito ao HIV, teríamos muito provavelmente dado passos muito mais importantes.

Continuamos a apelar ao conceito moral da santidade da vida humana e impedimos pessoas de se voluntariarem para estes processos e, assim, o massacre de animais continua.

Temos métodos eficazes de testar a nível de cultura de células e órgãos in vitro; somos capazes de desenvolver tecidos artificiais, podemos fazer estudos em cadáveres humanos, simulações computacionais e estudos epidemiológicos nas populações. No entanto, estes ou são caros ou desapropriados para elaborar extensos relatórios que justificam investimentos e carreiras.

Estes textos são da Autoria da Acção Animal

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CAMPANHAS DE ADOPÇÃO

O número de animais nas instalações da Bianca não pára de aumentar.

Este Sábado dia 12, a Bianca - Associação de Protecção aos Animais sem lar do Concelho de Sesimbra, vai realizar Feira de Adopção Animal.

A Feira realiza-se das 11h às 17h e para lá ir ter faça o seguinte : antes de chegar a Sesimbra, encontra-se a Carrasqueira, ao lado do supermercado Plus, junto à Estrada Nacional 379.

É aí que estará esta Feira.

Todos os animais adoptados estão já identificados electronicamente, e serão apenas entregues mediante contrato de adopção.

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Segundo explicação disponível do blog da Bianca em biancaassociacao.blogspot.com abordamos hoje, de novo, a primeira parte do assunto:

ESTERILIZAÇÃO/CASTRAÇÃO

A decisão de castrar o nosso animal indica o nível de responsabilidade que assumimos para com ele. Existem muitos tabus e crenças à volta deste tema. Pretendemos aqui clarificar a questão e elucidar.

O que é a castração?

É um método cirúrgico através do qual o médico veterinário ( e só ele) retira os órgãos reprodutores. Não doí. Nos machos, são os testículos; nas fêmeas, os ovários e o útero (ovariohisterectomia - OVH). Os processos hormonais desaparecem e o caráter do animal não sofre alteração. Nos machos agressivos dominantes, esta tendência pode até atenuar ou desaparecer. As fêmeas deixam de ter o cio. Vantagens da Castração. É a melhor e mais eficaz arma contra a reprodução indiscriminada e consequente sobrepopulação de cães e gatos e abate sistemático.

Nas fêmeas:

  • elimina a possibilidade de virem a contrair cancro do ovário ou do útero;
  • previne a piometra, um processo inflamatório do útero que, se não for tratado a tempo (o tratamento inclui a esterilização), poderá conduzir à morte do animal;
  • evita a pseudociese, vulgarmente conhecida como gravidez psicológica ou falsa gestação, que é um distúrbio hormonal bastante comum nas fêmeas;
  • nas fêmeas esterilizadas antes do primeiro cio (aproximadamente aos seis/sete meses) há um risco praticamente nulo de desenvolver tumores mamários.

Nos machos:

  • contribuiu para diminuir a agressividade para com outros machos e as brigas por fêmeas;
  • O ritual da demarcação de território com urina e os comportamentos possessivos ou dominantes tendem também a diminuir;
  • dimunui a ansiedade e o hábito de fugir ou de montar noutros animais e pessoas ou até na mobília;
  • Poupa ao animal algumas reacções instintivas relacionadas com o sistema reprodutor, e por exemplo, os machos ficam muito mais tranquilos;
  • evita tumores testiculares, hérnias perianales, tumores de glândulas hepatóides, tumores de glândulas perianales, tumores e quistes prostáticos, entre outros.

No entanto, convém salientar que a esterilização não muda nada em relação à defesa territorial e agressividade por medo, ou seja, a esterilização não deixa o cão menos ou mais medroso, nem interfere no seu instinto de guarda. A personalidade do animal não muda. Diminui o risco de contraírem doenças venéreas transmitidas pelo acto sexual ou ainda doenças transmitidas por dentadas de outros animais. Diminui também o risco de atropelamento, por fuga.

Na próxima semana falaremos de mais detalhes sobre este assunto.

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APELOS

De Mirandela vem o apelo da Joana Rocha para pequenos cachorros que precisam de ajuda para viver

Esta semana é para esquecer, diz a Joana!

Ontem a Joana esteve na associação e recebeu a infeliz notícia que tinham falecido 4 bebés!

Levaram os que acharam com pior aspecto ao veterinário e tiveram de ficar internados. Infelizmente morreram mais 2, um menino durante a noite e uma menina que a Joana teve a infelicidade de ver morrer. Decidiram ir buscar mais 2.

Neste momento estão 4 bebés no veterinário a ver se conseguem escapar, ainda têm muitos a precisar de tratamento mas, infelizmente, há muitos factores que não ajudam, entre os quais, a falta de dinheiro para pagar os tratamentos, e principalmente o facto de não terem local para os colocar depois do internamento... se voltarem para aquele local acabam por morrer.

Alguém pode ajudar?!

Macho - muito brincalhão e não tem cauda
Fêmea - esta menina terá de ter uns doninhos especiais, ela é ceguinha de um dos olhinhos, é lindíssima e muito calma.

Fêmea - atrevidota e não tem cauda.

Fêmea - ADOPTADA!!!

Precisam-se de doninhos ou FATs rapidamente... se até sexta feira conseguirem isso poderemos ajudar a salvar estes meninos lindos que já sofreram tanto.

O contacto da Joana é o 96 622 4204

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ADOPÇÕES

BOOGIE

Beagle macho com 2 anos Carinhoso, mas mais independente.

Não está esterilizado, tem chip e vacinas em dia.

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MEL

Podengo macho com +/- 1 ano e 2 meses.

Como foi salvo da rua, não se sabe a idade ao certo.

É muito carinhoso.

Está esterilizado, tem chip e vacinas em dia.

Contactar: Joana Rodrigues - 93 333 1666

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TAGUS

Este cão chama-se Tagus, simplesmente porque foi encontrado no Tagus Park, a deambular sozinho e visivelmente necessitado de ajuda. Tudo porque simplesmente não vê, é completamente cego.

Depois de recolhido, o Tagus viu-se confinado a uma pequena boxe, o único local do canil onde poderia estar seguro.

Estudou-a muito bem, pesquisou, farejou, até que percebeu onde estava... num canil, completamente sozinho de novo!

O Tagus é um cão adulto, com cerca de 6 anos. É meigo e afectuoso.

No entanto, a vida não lhe sorriu. Teve o azar de ter uma doença nos olhos, que não evolui mas também não regride. Simplesmente não o deixa ver e não é operável.

Para além disso, ainda se encontra sozinho e triste, num canil frio, húmido e muito barulhento. Quando tudo está calmo conseguimos ouvi-lo a chorar baixinho... E custa muito, porque é um canito completamente capaz de ter uma vida normal. Só precisa de um ambiente tranquilo, estável, que conheça e no qual se sinta plenamente à vontade e em casa.

E por tudo isto, é um crime ver este animal num ambiente tão hostil.

Porque o Tagus merece muito um lar quentinho, confortável e com muito mimo, fazemos este apelo a alguém com um coração muito generoso e que saiba reconhecer um cão que precisa e merece toda a ajuda possível.

Natália Correia 91 513 3063 / 96 453 0419

Susana Correia 93 846 2700

Sofia Gonçalves 96 369 8413

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Voltaremos para a semana com mais assuntos e a continuação do artigo sobre a castração.

Até para a semana e OBRIGADO POR GOSTAR DE ANIMAIS!

1 comentário:

Joana disse...

Olá a todos,

Neste post introduziram o tema da insvestigação em animais, traduzida em tortura quase gatuita de milhões de animais por todo o mundo, ainda que os resultados sejam muito poucos, como foi muito bem dito nesta edição 58 da sosanimalradio.

Ao ouvir o vosso porgrama lembrei-me de um filme que vi e que aconselho a verem: http://veg-tv.info/Earthlings
(é de acesso livre do wikipédia e tem legendas em portugues)

É narrado por Joaquin Phoenix (actor no gladiador)e com banda sonora composta por Moby. É um filme de excelente qualidade, que foi premiado em vários festivais de cinema, e que poderá mudar a vida de quem o vê.

Eu já tinha a noção de quase tudo o que trata o filme, os maus tratos e a utilização dos animais para o nosso bem estar. Mas realmente o filme é um documentário que abrange toda a temática à volta dos animais, quer de estimação, para alimentação, vestuário, investigação e diversão.

Mesmo sabendo que sou muito sensível, eu vi, tive coragem e vi! Fiquei zonza, enjoada, chorei e sofri. Mas nada comparado com os animais, por isso, acho que deviamos todos deixar de ser demasiado sensíveis e deixar de fechar os olhos à realidade.

Vejam o filme, e divulgem.

Beijinhos